quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Sobre “Uma alternativa à mercantilização do livro II”


Em 23 de agosto de 2012 A.P. Quartim de Moraes continua a discussão que iniciou em 19 de junho no jornal O Estado de São Paulo a respeito da mercantilização do livro.
Inicia o texto lembrando que anteriormente comentou a respeito da proliferação de editoras sem fins lucrativos como forma de atenuar a imposição da produção editorial brasileira que reduz o espaço para obras de ficção brasileiras.
A seguir cita a 22ª Bienal Internacional do Livro em São Paulo, encerrada no dia 19 de agosto, promovida pela Câmara Brasileira do Livro. Refere ter-se sentido gratificado por ter feito a curadoria do espaço Livros & Cia., dedicado a discutir temas de interesse “dos profissionais de todos os elos da cadeia de produção do livro”. Fez destaque sobre um debate a respeito da função civilizadora do livro, em contraponto ao tema dominante da gestão do negócio do livro.
Diante da perplexa afirmação de que “a vida útil do livro está cada vez mais curta” dita por representante de uma grande editora, ele considera que se deva continuar o debate sobre o papel da literatura brasileira. 
A seguir enumera o que chama de  quatro pilares do negócio editorial.
O primeiro é o “big business”: associação do interesse de grandes publicadoras com grandes cadeias de varejo. Assim, o autor ironicamente compara o livro a “latas de salsicha” na visão dos negociantes. Ficções publicadas seguem apenas o marketing do mercado externo.
O segundo pilar é a mídia, que se limita a questões literárias sofisticadas, passando ao largo desta questão, ignorando que a literatura brasileira se limita cada vez mais às pequenas e médias editoras.  
O terceiro pilar é a falta de políticas públicas “destinadas a corrigir as distorções do mercado editorial”. Não há incentivo a pequenas e médias editoras que publicam literatura brasileira. Assim, considera o autor do artigo que “se o brasileiro já lê pouco, ele vai ler ainda cada vez pior”.
O quarto pilar: o comportamento dos escritores brasileiros. Os já reconhecidos, que poderiam fazer alguma manifestação sobre essas questões, ficam em certo comodismo, mesmo que suas próprias obras fiquem aquém de um potencial de publicação que poderiam atingir.