No rádio, na
televisão, na internet é cada vez mais raro ouvir-se pronomes pessoais do caso
oblíquo. Assim ouvimos, por exemplo, “pegar ele” e não “pegá-lo”, ou “levar ela”
e não “levá-la”, e assim por diante. Com isso, a tendência é diminuir a
complexidade da língua portuguesa e atrofiar os circuitos cerebrais envolvidos
com linguagem verbal.
A norma culta da
língua portuguesa foi estabelecida com o passar do tempo por razões de lógica,
de estética, de correção, de erudição, de conhecimento, de tradição, etc. Todos
esses fatores implicam na complexidade do pensamento humano, do cérebro humano
e sua capacidade de aprimorar, de detalhar, de se desenvolver, e o ser humano de
maravilhar-se.
Agora grassam reducionismos tais, de modo
que quando uma autoridade pública usa uma “mesóclise” todos ficam muito
admirados e se perguntam como lhe teria ocorrido tão difícil construção de
palavras...
Admiremo-nos então
do uso de pronomes oblíquos, das próclises, mesóclises e ênclises outrora
comuns, agora rebuscadas.