segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Soneto de Emiliano Perneta


(No álbum de Dona Anita Philipowski)

Conheço que não sou o homem que se procura,
O herói moderno, o herói vibrante, o herói do dia,
Que num largo esplendor de bronzea envergadura,
Com desdenhoso olhar a crença repudia.

Pode ser que também não passe de uma pura,
E de uma inquieta, e de uma doida fantasia,
Da quimera banal, e de grande loucura,
O vinho que me exalta, a fé que me inebria.

Sei que é belo exclamar que não existe nada;
Que a flor das ilusões, como rútila espada,
A dúvida voraz ceifou pela raiz...

Sei de tudo; porém, sob o céu que nos cobre,
Sinto, elevando as mãos, e humilde como um pobre,
Que no seio de Deus adormeço feliz!

domingo, 17 de novembro de 2013

Dados biográficos do poeta Emiliano Perneta


3 de janeiro de 1866 - Nasce Emiliano Perneta no Sítio dos Pinhais, perto de Curitiba, Paraná.
1885 - Segue para São Paulo, onde se matricula na Faculdade de Direito. Participa de discursos e artigos de propaganda abolicionista e republicana.
1888 - Seu quarto na Rua da Glória era chamado “Autocracia da Anarquia”, sendo frequentado por contemporâneos como: Rodrigo Otávio, Olavo Bilac, Venceslau de Queiroz, Leopoldo de Freitas, Ermelino de Leão, Hipólito de Araújo e outros. São seus colegas de turma: Afonso Arinos, Paulo Prado, Edmundo Lins, Francisco Mendes Pimentel, Herculano de Freitas.
Forma-se em 1889. Foi o orador de sua turma. Dirige “Vida Semanária” e “Folha Literária”. Colabora no “Dário Popular” e na “Gazeta de São Paulo” de Júlio Ribeiro.
1890 - Vai para o Rio de Janeiro. Passa a ser o principal redator de “Cidade do Rio” de José do Patrocínio. Colabora, desse ano até 1893 com as publicações “Novidades” e “Revista Ilustrada” de Ângelo Agostini.
1891 - Aparecem as primeiras manifestações do movimento simbolista brasileiro na “Folha Popular”, onde Emiliano Perneta é secretário. Tais manifestações são escritas por ele e também por Cruz e Souza, Oscar Rosa e B. Lopes. Perneta proporciona a Cruz e Souza sua primeira colocação no Rio. Nesse período tem convivência com Gonzaga Duque.
1893 - Vai para Minas Gerais a convite de seu amigo João Pinheiro. Torna-se Promotor Público em Caldas, passando a Juiz Municipal em Santo Antônio do Machado.
1896 - retorna enfermo ao Paraná.
1898 - Assina manifesto contra perseguições antidreyfusistas a Émile Zola.
1901 – Torna-se Lente de Português e Literatura do Ginásio Paranaense e Escola Normal. Assume  a posição de Auditor de Guerra, com o posto de Capitão.
1902 – Funda e dirige a publicação “Victrix”.
Em 21 de Agosto de 1911 é lançada “Ilusão”, em edição de luxo, esgotada nos dois primeiros dias do seu lançamento. Perneta deixa as funções no Ginásio e Escola Normal, optando pela Auditoria de Guerra, que exerceu até sua morte.
1912 – Funda, com Euclides Bandeira, o Centro de Letras do Paraná, sendo eleito seu presidente.
1913 – Escreve o poema-libreto “Papilio Innocentia”, para a ópera do compositor suíço Leo Kessler sobre o romance de Taunay.
Em 7 de Agosto de 1914, lê, no Rio de Janeiro, em ato público presidido por Alberto de Oliveira, a sua comédia heroica em verso “Pena de Talião”, às vésperas da Grande Guerra.
1917 – Escreve numerosas poesias inspiradas pela guerra. Publica “Vovozinha”.
Em 19 de fevereiro de 1921, falece às 18:30 horas.


Referência bibliográfica: “Emiliano Perneta – Poesia”, coleção “Nossos Clássicos”, nº 43, 2ª edição, 1966, Livraria Agir Editora, Rio de Janeiro.