(No álbum de Dona Anita Philipowski)
Conheço que não sou o homem que se procura,
O herói moderno, o herói vibrante, o herói do dia,
Que num largo esplendor de bronzea envergadura,
Com desdenhoso olhar a crença repudia.
Pode ser que também não passe de uma pura,
E de uma inquieta, e de uma doida fantasia,
Da quimera banal, e de grande loucura,
O vinho que me exalta, a fé que me inebria.
Sei que é belo exclamar que não existe nada;
Que a flor das ilusões, como rútila espada,
A dúvida voraz ceifou pela raiz...
Sei de tudo; porém, sob o céu que nos cobre,
Sinto, elevando as mãos, e humilde como um pobre,
Que no seio de Deus adormeço feliz!
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