Entre os poetas franceses traduzidos por Guilherme de Almeida está o poeta simbolista Paul Verlaine (1844-1896). Segue abaixo uma de suas traduções, ou como ele preferia, uma "reprodução", ou "recriação", ou "transcrição", ou "transfusão".
Estes lamentos
Dos violões lentos
Do outono
Enchem minha alma
De uma onda calma
De sono.
E soluçando,
Pálido, quando
Soa a hora,
Recordo todos
Os dias doidos
De outrora.
E vou à toa
No ar mau que voa:
Que importa?
Vou pela vida,
Folha caída
E morta.
Chanson d’automne
Les sanglots longs
Des violons
De l’automne
Blessent mon coeur
D’une langueur
Monotone.
Tout suffocant
Et blême, quand
Sonne l’heure,
Je me souviens
Des jours anciens
Et je pleure.
Et je m’en vais
Au vent mauvais
Qui m’emporte
Deçà, delà,
Pareil à la
Feuille morte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário