domingo, 6 de outubro de 2013

Poesia de Mário Pederneiras

De “Rondas Noturnas” (1901)

Sonho

Da tua branca e solitária Ermida,
Por caminhos de Céu que a Lua esmalta –
Desces – banhada dessa Luz cobalta –
O linho d’Asa abrindo sobre a Vida.

Nada, teu Passo calmo, sobressalta
E quando a Mágoa as Almas intimida
Das Ilusões, a turba renascida,
Em ronda espalhas pela Noite alta.

E a claridade que se faz é tanta
Que logo a Terra fica cheia dessa
Sonora e estranha Luz que alegra e canta.

E iluminada de um Luar de Outono
A Alma feliz e impávida, atravessa
A vasta e longa escuridão do Sono.


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