Mário Pederneiras nasceu em 1867, na cidade do Rio de
Janeiro, na casa nº 254 da Rua Senador Pompeu, rua essa que desapareceu com o
alargamento do leito da Estrada de Ferro Central do Brasil. Era filho do Dr.
Manuel Veloso Paranhos Pederneiras, médico e redator do Jornal do Comércio, e
de Dona Isabel França e Leite Pederneiras.
Entre 1877 e 1888, Mário fez estudos secundários no Colégio
Pedro II. Depois chegou a matricular-se na Faculdade de Direito de São Paulo,
onde cursou apenas até o segundo ano. Durante a revolta de 1893, alistou-se,
como voluntário, em um batalhão patriótico.
De 1895 a 1908, juntamente com Gonzaga Duque e Lima Campos,
fundou, dirigiu e redigiu, entre outras, as publicações: Rio-Revista, Galáxia,
Mercúrio, Fon-Fon. Foi também redator da Gazeta de Notícias, taquígrafo do
Senado Federal e funcionário da Companhia Sul-América.
Em 25 de fevereiro de 1897 casou-se com Júlia Meier.
Em 1900 publicou seu primeiro livro de versos intitulado “Agonia”,
com capa de Raul Pederneiras.
Em 1901 publicou “Rondas Noturnas”, com capa e ilustrações de
Raul Pederneiras e em 1906 “Histórias do Meu Casal”, também com capa do mesmo
autor anterior. Em 1912 publicou “Ao Léu do Sonho e à Mercê da Vida”.
Em 1913 foi classificado em terceiro lugar, após Olavo Bilac
e Alberto de Oliveira, em um concurso para príncipe dos poetas brasileiros.
Em 8 de fevereiro de 1915 faleceu na cidade do Rio de Janeiro
em uma casa na Rua das Palmeiras, nº 93.
Em 1921 ocorreu a publicação do livro póstumo “Outono” (com
versos de 1914), ilustrado por Maurício Jobim, Calisto J. Carlos, Luís Peixoto
e Lucílio de Albuquerque.
Mário Pederneiras viveu em período de transformações
políticas e sociais – fim da escravidão e início da República –, o que pode
tê-lo influenciado. Conforme estudiosos, custa-se pensar nele armado envolvendo-se
com revoltosos em 1893; na verdade ele sempre teria sido principalmente um
poeta. Conforme Ronald de Carvalho em sua “Pequena História da Literatura
Brasileira”, Mário Pederneiras ainda é um poeta pouco considerado. Na época em
que apareceu sua poesia, ela não correspondia ao que se escrevia então, nos
moldes parnasianos. Após 1890 fez parte de um trio de escritores com Gonzaga
Duque e Lima Campos, trio esse que se opunha a outro trio formado por Alberto de
Oliveira, Olavo Bilac e Raimundo Correia. Em carta a João do Rio, Mário
confessa-se atraído pela nova escola, de modo que passa a ler sofregamente os
simbolistas belgas e franceses. Ainda conforme Ronald de Carvalho, ele foi o
mais pessoal, o mais humano e o mais duradouro poeta de seu tempo.
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